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PEDRO COUCEIRO O PRIMEIRO PORTUGUÊS A CORRER EM INDIANÁPOLIS  
2000-09-16  
Pedro Couceiro vai ser o primeiro piloto português a correr em Indianápolis. Esta estreia acontecerá no próximo sábado, dia 23, quando na mítica pista norte-americana se disputar a primeira das duas corridas com que vai encerrar a oitava edição da Porsche Supercup. Ambas as corridas integram o programa oficial do Grande Prémio dos EUA de Fórmula 1, indo decorrer numa nova versão do circuito, com pouco mais de quatro quilómetros, em que é parcialmente utilizada a pista oval onde anualmente se realizam as famosas 500 Milhas de Indianápolis.
O piloto lisboeta, actual 15º. classificado naquele que é considerado o “campeonato monomarca mais competitivo do mundo”, está empenhado em “concretizar este sonho de criança com a obtenção de um bom resultado”. Entusiasmado, confessa que “seria óptimo conjugar a estreia de um piloto português em Indianápolis com um resultado honroso para o automobilismo nacional”.
Nascido há 30 anos em Lobito, Angola, embora seja “lisboeta do coração”, Pedro Couceiro alinhou já em corridas disputadas nos cinco continentes, guardando boas recordações de quase todas as corridas que tem feito fora da Europa. É o caso da sua experiência mais recente a este nível: um excelente 2º. lugar, precedido de uma não menos memorável pole position, na corrida que o pelotão da Porsche Supercup o ano passado foi fazer a Melbourne, na Austrália. Anteriormente, no entanto, as competições em que esteve envolvido, dos karts à Fórmula 3000, haviam-no levado já a Macau, Cuba, Angola e a “quase toda a Europa, que os automóveis me permitiram conhecer bastante bem”, destaca o único português a correr em Indianápolis na mesma altura em que na carismática pista norte-americana evoluirão também os monolugares da Fórmula 1.
• LOTE DE PILOTOS DE BOM NÍVEL
Apesar de estar a fazer uma época que o próprio reconhece estar “abaixo do que pretendia”, fruto das cinco desistências que teve de assumir, todas elas provocadas por toques ou abalroamentos de adversários, nas nove provas até agora disputadas, Couceiro sente-se “bem na Porsche Supercup”, onde começou por ser 17º. da "geral", no final de 1998, para ser 9º. classificado na época passada. Na opinião do único representante luso, trata-se “de uma competição prestigiada, com provas todas elas disputadas em paralelo com a Fórmula 1, e com um lote de pilotos de bom nível, com quem, aliás, tenho continuado a aprender”.
É o caso, por exemplo, do francês Stéphane Ortelli, seu colega de equipa na PZ Rhein-Oberberg/Jürgen Alzen Motorsport, que fez parte da equipa de fábrica da Toyota que há dois anos venceu as 24 Horas de Le Mans. Mas, entre os pilotos que se sentam ao volante do Porsche 911 GT3 , com cerca de 370 cavalos de potência, que é utilizado nas corridas em que Couceiro participa encontram-se alguns top drivers da actualidade, como sejam o holandês Patrick Huisman, vencedor das três últimas edições da Porsche Supercup, e os alemães Oliver Mathai, Altfrid Heger, Sascha Massen e Bernd Mayländer, sendo este último o piloto escolhido pela Federação Internacional do Automóvel para estar aos comandos do safety car de todos os grandes prémios de Fórmula 1 deste ano.
Sem ter nada a perder, o piloto apoiado pela Kilo Amerciano diz “já não pensar no campeonato desde a sexta corrida”, em Magny-Cours. Por isso, tem optado por se “concentrar totalmente” nas últimas corridas em que tem alinhado. E o seu rendimento em pista tem melhorado, voltando a aparecer nos primeiros lugares da grelha de partida e a terminar no top ten, como aconteceu em A1-Ring (Áustria) e em Hockenheim (Alemanha).
“Infelizmente — explica —, devo ter sido o piloto que mais sentiu as alterações introduzidas este ano pelo fornecedor único de pneus. O meu carro ficou bastante mais difícil de pilotar e vi-me envolvido, involuntariamente, numa série de situações de corrida que foram afectando o meu rendimento em pista. Vou bater-me para fazer esquecer o meu campeonato com um bom resultado em Indianápolis”.
Aliás, a jornada americana do troféu internacional promovido pela Porsche integra duas corridas por ter sido cancelada a prova anterior, em Spa Fancorchamps, por os pneus Pirelli que equipavam os 26 carros do pelotão se terem revelado inadequados para a pista belga e suscitado problemas de segurança. Em Indianápolis, o programa de Couceiro é o seguinte: sábado, dia 23, pelas 15 horas (20 horas em Portugal continental), primeira corrida; domingo, dia 24, pela 9,30 horas (14,30 horas), segunda corrida. Na sexta-feira, dia 22, terão lugar as sessões de qualificação.
• MARIO ANDRETTI E AL UNSER Jr. TAMBÉM VÃO LÁ ESTAR
O calendário da Porsche Supercup desta temporada comporta 11 corridas, todas elas do tipo sprint e com uma duração que normalmente ronda a meia hora. Integram sempre o programa oficial dos grandes prémios de Fórmula 1 e têm lugar, habitualmente, entre o warm up e a corrida dos monolugares da categoria rainha do automobilismo mundial.
As duas corridas de Indianápolis estão a suscitar bastante interesse, ou não fossem os EUA o maior mercado Porsche fora da Alemanha, onde em 1999 se comercializaram 21.915 unidades da marca de Estugarda. Para além disso, estão anunciadas as participações, pontuais, de três figuras de primeiro plano do automobilismo norte-amerciano: Mario Andretti (campeão mundial de F1 em 1978 e vencedor do campeonato Indy Car por quatro vezes), Al Unser Jr. (vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 1992 e 1994 e campeão Indy Car em 1990 e 1994) e Randy Pobst (especialista em carros de GT e actualmente a disputar a American Le Mans Series).
Outro piloto que vai correr na Porsche Supercup pela primeira vez é Derek Hill, filho de Phil Hill, campeão de F1 em 1961, que este ano está a disputar o campeonato italiano de Fórmula 3000.
 
 
   
 
 
     
 
 
 
 
 
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