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COUCEIRO DESISTE EM DAYTONA TRAÍDO PELA CAIXA DE VELOCIDADES  
2001-02-04  
Não terminou da forma que o piloto ambicionava a estreia de Pedro Couceiro nas grandes provas de resistência mundiais, que ocorreu este fim-de-semana nas 24 Horas de Daytona. Um problema na caixa de velocidades do Porsche 911 GT3 R da Jürgen Alzen Motorsport obrigou o português a despir o fato de competição à sexta hora de corrida.
“Depois dos problemas de travões e de rendimento do motor, nomeadamente nas rotações mais baixas, que tivemos na qualificação, acabou por ser a caixa de velocidades a ditar a nossa sorte”, lamentou o desafortunado piloto lisboeta. Apesar de tudo, acrescentou, “foi uma experiência nova” que “teve vários aspectos positivos para mim”.
Pelo que se viu nos treinos, “o carro não tinha motor para fazer grandes tempos”, mas tanto Couceiro como os seus três colegas de equipa (o holandês Duncan Huisman, o suíço Angelo Zadra e o alemão Ulrich Gallede) estavam “esperançados em fazer uma corrida de trás para a frente, para chegar ao fim”. E as primeiras três horas confirmaram isso mesmo, com Zadra a responsabilizar-se pelo primeiro turno de pilotagem, de pouco mais de uma hora, e a levar o Porsche da 63ª. à 45ª. posição.
Couceiro sentou-se pela primeira vez aos comandos do carro alemão estavam decorridos pouco mais de cinco minutos da segunda hora. E ao volante se manteve durante quase 2,20 horas seguidas, uma vez que as sucessivas entradas do pace car em pista, provocadas por acidentes, fizeram alterar os planos da equipa, que nesta fase da corrida, ainda com luz solar, tinha previsto pouco mais de uma hora para cada piloto.
“Sempre que pude, aproveitei as entradas do pace car para ir às boxes, para reabastecer e trocar de pneus, nomeadamente. Assim, não perdemos grande tempo em paragens planeadas, ainda que fisicamente tivesse sido mais exigente para mim”, explicou o português. “Fruto disso mesmo – prosseguiu –, éramos 41ºs. ao fim de duas horas de prova e ocupávamos já o 30º. lugar no final da terceira hora. Com a chegada da chuva, a meio da quarta hora, fui obrigado a entrar na boxe, para ver pneus e a caixa de velocidades, que durante duas voltas me deu muitos problemas, sobretudo a passar de terceira para quarta e ao engrenar a quinta velocidade. Mesmo assim, contava passar o volante ao Gallede em condições que lhe permitissem ganhar mais posições. Sem forçar muito, já estávamos no 27º. posto e tínhamos condições para continuar a subir e entrar, sem dificuldades, nos 20 primeiros”.
Infelizmente, porém, as perspectivas de Pedro Couceiro não se confirmaram, apesar do trabalho aturado dos mecânicos, que gastaram quase uma hora a reparar a caixa de velocidades. Ulrich Gallede ainda voltou à pista, mas os problemas que já haviam afectado o português voltaram a atormentar o alemão, que optou por regressar às boxes. Os mecânicos voltaram a tudo fazer para tentar remediar a situação, mas as quase duas horas mais perdidas em volta do Porsche 911 GT3 R desaconselharam os pilotos a processeguir. E assim chegava ao fim a estreia de Pedro Couceiro nas grandes provas de resistência mundiais...
Aliás, nenhum dos três pilotos portugueses que se deslocaram a Daytona Beach, na Florida, logrou terminar esta 39ª. edição das 24 Horas de Daytona: tanto João Barbosa, que competia na mesma categoria de Couceiro (GT), ao volante de um Mosler, como Bernardo Sá Nogueira, que alinhava num Porsche GT2, da categoria GTS, foram forçados a abandonar, atraiçoados pelas respectivas mecânicas.

msg, 01.02.04
 
 
   
 
 
     
 
 
 
 
 
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